2.28.2012

Biblioteca Joanina


A biblioteca barroca da Universidade de Coimbra, construída no século XVIII, no reinado de D. João V, é antecedida por um portal encimado pelo escudo nacional. O seu interior é formado por três salas que comunicam entre si por arcos decorados, com estrutura idêntica à do portal, e foi totalmente executada por artistas portugueses.
As paredes estão cobertas de estantes de dois andares, e contém cerca de 200 mil obras, de que se destacam exemplares de medicina, geografia, história, estudos humanísticos, ciências, direito civil e canónico, filosofia e teologia.
A Casa da Livraria, nome por que era conhecida a biblioteca, recebeu os primeiros livros depois de 1750, sendo a construção do edifício datável entre os anos 1717 e 1728.
Todos estes exemplares bibliográficos estão em boas condições porque o edifício é uma perfeita caixa-forte, proporcionando um ambiente perfeitamente estável ao longo de todo o ano.Com efeito, a construção do edifício foi pensada para ser uma «casa de livros», tendo a protegê-los paredes exteriores de 2,11 metros de espessura.

Além das diferenças de humidade e temperatura, os livros têm outro inimigo: os insectos que se alimentam de papel. Neste edifício, não há qualquer problema com esses papirófagos, pois as estantes são feitas de madeira de carvalho, que, para além de ser muito densa, dificultando a penetração dos insectos, exala um odor que os repele. Os livros contam com outro aliado: no interior da biblioteca, habita uma colónia de morcegos que, durante a noite, se alimentam dos insectos. A presença dos mamíferos alados requer um cuidado adicional para prevenir danos causados pelos seus dejectos nas madeiras preciosas das mesas: todos os dias, ao fechar a biblioteca, um funcionário cobre os bufets (mesas) com umas toalhas de couro e, de manhã, remove-as e limpa o chão. 


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